
Durante muito tempo, falar em desporto era falar em campos, pavilhões e pistas de corrida. Hoje, a realidade mudou. Os E-Sports – competições profissionais de videojogos – atraem multidões, geram receitas milionárias e transformaram jogadores em verdadeiras estrelas globais. A questão é inevitável: estaremos perante o desporto do século XXI?
O crescimento dos E-Sports tem sido meteórico. O que começou em pequenas salas de videojogos transformou-se em arenas lotadas, transmissões ao vivo para milhões de espectadores e contratos que rivalizam com os de atletas tradicionais. Jogos como League of Legends, Counter-Strike, Fortnite ou Valorant já não são apenas entretenimento: são plataformas de competição altamente organizadas.
Tal como em qualquer modalidade desportiva, há treinos diários, rotinas rigorosas, psicólogos, nutricionistas e preparadores físicos. Os reflexos, a concentração e a estratégia são tão importantes como a técnica. A diferença está no palco: em vez de relvados ou pistas, o campo é digital.
Críticos continuam a questionar se os E-Sports devem ser considerados desporto. Para muitos, a ausência de atividade física é um obstáculo. Mas se pensarmos no xadrez, reconhecido oficialmente como desporto, a discussão torna-se mais complexa. Afinal, a competição mental, o treino e a exigência estratégica também fazem parte da essência desportiva.
O impacto cultural é inegável. Jovens de todo o mundo veem nos E-Sports não só diversão, mas também uma oportunidade de carreira. O setor movimenta patrocínios gigantescos, equipas profissionais, ligas internacionais e até bolsas de estudo em universidades. A indústria criou um ecossistema próprio, comparável ao dos desportos tradicionais.
Se os E-Sports são ou não “o desporto do século XXI”, o tempo dirá. O certo é que já conquistaram um lugar no cenário global e continuam a crescer a um ritmo impressionante. O que antes era um passatempo tornou-se espetáculo, profissão e, para milhões, paixão.