
Os Jogos Olímpicos são a maior celebração do desporto mundial, mas a sua história está longe de ser estática. Ao longo das edições, várias modalidades entraram no programa olímpico… e muitas também saíram. Algumas desapareceram porque perderam relevância, outras porque não se adaptaram ao espírito do evento ou simplesmente porque já não faziam sentido num contexto moderno.
Um dos casos mais curiosos é o tug of war, ou cabo de guerra. Hoje associado a brincadeiras de recreio ou festas populares, foi modalidade olímpica entre 1900 e 1920. Apesar da popularidade inicial, acabou por ser considerado demasiado simples e pouco competitivo para manter o estatuto olímpico.
Outro exemplo é o críquete, que só teve uma participação, nos Jogos de Paris em 1900. O torneio contou apenas com duas equipas — França e Grã-Bretanha — e rapidamente caiu no esquecimento. Curiosamente, há quem defenda o seu regresso, dado o crescimento mundial da modalidade.

O polo também esteve presente no início do século XX. Era um desporto associado às elites e exigia infraestruturas complexas e dispendiosas, o que acabou por ditar a sua exclusão. Algo semelhante aconteceu com o crosse (lacrosse), que, apesar de ter raízes fortes no Canadá e nos Estados Unidos, nunca conquistou o interesse global suficiente para justificar a permanência.
Há ainda modalidades que parecem insólitas aos olhos de hoje, como a pistola de duelo, disputada apenas em 1906, onde os atletas disparavam contra manequins, simulando um duelo. Ou mesmo o natação subaquática, praticada em Paris 1900, em que vencia quem conseguisse percorrer a maior distância sem subir à superfície — desporto que rapidamente foi considerado perigoso e pouco apelativo para o público.
O programa olímpico é dinâmico e continua a mudar. Nos últimos anos vimos a entrada de modalidades como o skate e o surf, que procuram atrair novas gerações. E, quem sabe, talvez um dia alguns destes desportos retirados possam regressar, adaptados a uma nova realidade.
No fundo, os desportos olímpicos desaparecidos contam uma parte fascinante da história: mostram como os Jogos refletem o seu tempo, as tendências culturais e as mudanças na forma como entendemos o desporto.